domingo, 27 de julho de 2014

Regulação do Stress através do Corpo

stress curaUma Abordagem à Regulação – Através do Corpo em vez do Pensamento
Uma nova medicina de emoções está a nascer hoje um pouco por todo o mundo: uma medicina sem psicanálise nem prozac. Assim há 5 anos, no hospital de Shadyside da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos foi explorado como tratar a depressão, a ansiedade e stress com um conjunto de métodos que fazem sobretudo apelo ao corpo mais do que à linguagem. Um forma de atuar que vai diretamente ao cérebro emocional. Os grandes princípios podem ser resumidos assim:
(a) No interior do cérebro existe um cérebro emocional, um verdadeiro “cérebro” dentro do cérebro. Este tem um arquitetura diferente, uma organização celular diferente, e até propriedades bioquímicas diferentes do resto do neocortex – isto é, a parte mais evoluída do cérebro, que é a sede da linguagem e do pensamento. De facto o cérebro emocional funciona muitas vezes independentemente do neocortex. A linguagem e a cognição têm sobre ele uma influência bastante limitada: não se pode ordenar a uma emoção que aumente ou desapareça, do mesmo modo que não se pode ordenar ao espírito que fale ou que se cale.
(b) O cérebro emocional, por seu turno, controla tudo quando rege o bem estar psicológico e uma grande parte da fisiologia do corpo: o funcionamento do coração, a tensão arterial, as hormonas, o sistema digestivo e mesmo o sistema imunitário.
(c) As desordens emocionais são consequência de disfuncionamentos do cérebro emocional. Para muitos, esses disfuncionamentos têm como origem experiencias dolorosas vividas no passado, sem relação com o presente, mas que se imprimiram de forma indelével no cérebro emocional. São estas experiencias que continuam muitas vezes a controlar a nossa maneira de sentir e o nosso comportamento, por vezes várias dezenas de anos mais tarde.
(d) A tarefa principal do psicoterapeuta é reprogramar o cérebro emocional de forma que este se adapte ao presente em vez de continuar a reagir a situações do passado. Para este fim é muitas vezes eficaz utilizar métodos que passam pelo corpo e influenciam o cérebro emocional em lugar de contar com a linguagem e a razão às quais ele é muito pouco permeável.
(e) O cérebro emocional possui mecanismos naturais de auto-cura: trata-se da capacidades inatas para encontrar o equilíbrio e o bem estar comparáveis com outros mecanismos de autocura do corpo, como a cicatrização de uma ferida ou a eliminação de uma infecção. Os métodos que passam pelo corpo beneficiam destes mecanismos. (Curar, David Servan-Schreiber, 2004)

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